Os Craques que Também Já Foram Meninos...
Hoje vamos falar de alguém muito especial, alguém, que qualquer adepto de qualquer clube admira. Nós Força Vila prestamos-lhe esta pequena homenagem.
Nasceu em S. Pedro da Afurada, 15 de Outubro de 1969
Mas cresceu em Leça da Palmeira
Cresceu, brincou, e jogou muito à bola com os seus amigo do Bairro dos Pobres, era assim que era chamado um bairro que ficava a 200 metros de sua casa (Areias de Same).
Habituou-se a conviver com a carência que os seus amigos e colegas passavam, a maior parte dos seus amigos jogavam de pé descalço, ele apesar de não ser um menino rico, já jogava de sapatilhas, mas nem por isso se sentiu descriminado.
Tinha um amigo especial chamado Domingos (Domingos Paciência) a quem chegou a emprestar as suas próprias sapatilhas, que por acaso já eram consideradas carinhas na altura (Sanjo), e que durante um jogo se romperam, o problema dele não foi se terem rompido, mas sim explicar à mãe como é que um guarda redes desfaz assim umas sapatilhas...
Aos 10 anos entra para Equipa de Infantis do Leça, Académica de Leça, Clube que na altura vivia da carolice de algumas pessoas, não tinham roupeiros, nem transportes nem nada que nós estamos habituados, viviam da boa vontade de alguns.
Foi muito feliz neste clube.
A partir daqui, vamos dar a palavra ao próprio, Vítor Baía, sim é ele, O Grande Guarda-Redes, Internacional, o menino que se fez Homem, que cresceu e viveu com grandes valores, humildade, solidariedade, honestidade e seriedade. Vamos deixa-lo contar o resto da sua própria história.
« ... A nova escola
Quando fui para o Futebol Clube do Porto, aos 14 anos o meu pai foi bem claro: se o meu rendimento escolar baixasse, o futebol ficaria por ali.
Por receio que as coisas não me corressem bem no futebol e estivesse a hipotecar o meu futuro, o meu pai, estava renitente em deixar-me ir para o FCP, o meu pai era guarda fiscal e havia uma série de benefícios se eu tivesse sucesso nos estudos.
As notas deram uma ajuda no processo da minha ida para o FCP, porque continuei a ter a mesma obrigação/ responsabilidade de seguir com bons resultados na escola.
A ameaça, no entanto, esteve sempre presente. Ou boas notas, ou adeus futebol. Essa era a lei do meu pai e não havia muita facilidade em dar-lhe a volta. Fiz tudo sem grande dificuldade, até porque no FCP, na fase de formação há uma grande atenção para com os estudos. O FCP não tem apenas uma escola de formação de atletas. Tem também uma escola de formação de homens.
Fui crescendo nestes primeiros anos como futebolista, percebendo ao mesmo tempo, que estava a encontrar muitas situações para as quais o meu pai já me tinha alertado. A inveja e a humildade esbarravam claramente em cada dia da nossa vida. Procurei ser humilde, felizmente consegui. Isto sim digo com vaidade!
Fui apurando a minha técnica nos escalões de formação e ganhando mais alguns centímetros.
O desenho do meu sonho ganhava traços mais reais. »
Foi um jovem como qualquer outro.
Venceu como Atleta e como Homem.
Do Vítor Baía muito se podia contar, mas todos sabemos a sua história depois de se tornar jogador profissional do Futebol Clube do Porto, aqui ficam mais algumas curiosidades.
Força Baía!!
Curiosidades
- É o detentor do 5º melhor registo de imbatibilidade de sempre da Federação Internacional de História e Estatística do Futebol.
. - Foi o 1º jogador português a atingir as 75 internacionalizações (16 de Agosto de 2000).
. - Em 2004, obtém o Record de 1192 minutos sem sofrer golos no Campeonato Nacional.
. - É-lhe atribuída a designação de futebolista com mais títulos, na história do futebol mundial, alcançados na sua (longa) carreira: 31! Pelé e Riijkard são os que se seguem com 25 títulos.
. - Tem uma fundação em seu nome: a Fundação Vítor Baía 99.
99 é o número
que ostenta nas costas desde que voltou ao FC Porto.
. Em 11 de Novembro de 2005 lançou a sua
autobiografia (que a Equipa Força Vila têm com muito orgulho autografada por ele)
.
Conselhos para quem está a começar agora.
( tirado do seu livro)
"...Escolhi a profissão de Futebolista por paixão, e porque senti que tinha nascido para isso.
Contudo, fui aprendendo ao longo da minha carreira profissional que no mundo do futebol de alta competição, não existem portos de abrigo. É preciso estar sempre a navegar, e é-nos exigido que o façamos num único lugar: na crista da onda!
E por isso, olhando para trás, com tudo de bom e de mau que me aconteceu, eu acho que posso resumir a minha vida, não lhe acrescentando nem menos nem mais, numa língua de mar: sem cais.
Como alguém disse, só é verdadeiramente derrotado quem desiste de lutar. Por isso eu vos proponho, baseado na minha própria experiência: nunca desistam de um sonho!"...
Vítor Baía
Escrito por Força Vila às 10:11
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